13 de julho: dia Mundial do Rock. Na Bahia o Rock é Lei!
DIA MUNICIPAL DO ROCK PELO BRASIL
TUDO COMEÇOU NA BAHIA
Adotado por outros estados, o Dia Municipal do Rock é mais uma conquista da pioneira ACCRBA, que conseguiu a Lei Municipal 5404/98, dando exemplos de como lutar pelo rock no legislativo.
Por Cleber Silva
Assim como consta nos livros de História, o Brasil foi descoberto pelos portugueses que aportaram na Ilha de Vera Cruz, na Bahia, em 1500. O termo “descoberto” pode ser considerado eurocêntrico se levarmos em conta a existência de povos indígenas nestas terras. Porém, este é um outro assunto. O momento é para falar do Rock. Do Rock Baiano que é esquecido pelos grandes eixos e discriminado pela indústria fonográfica local, fornecedor de opções variadas para o estilo, mas nunca visto como representativo. No entanto, muita coisa começou na Bahia e a repentina disseminação de aprovações dos projetos roqueiros pelo país não tem dado a devida atenção. Seria improvável o reconhecimento de tamanha façanha: Conseguir uma Lei Municipal que instituísse um dia do Rock numa capital tão carnavalesca e tão centralizada culturalmente é, sem sombras de dúvidas, algo grandioso para uma associação que trabalha para o desenvolvimento de uma cultura marginalizada pela moral e eternizada, tanto no estado quanto no país, por Raul Seixas, o Raulzito.
Com este intuito, a Associação Cultural Clube do Rock da Bahia (ACCRBA) encaminhou à Câmara dos Vereadores, ainda no ano de 1998, um Projeto de Lei Municipal que dispusesse uma data para a comemoração simbólica na cidade. Este projeto foi aprovado e sancionado pelo então presidente da Câmara dos Vereadores, vereador Emmerson José, em 28 de junho do mesmo ano. Estava instituído o Dia Municipal do Rock, Lei Municipal nº 5404/98, em Salvador, capital do estado da Bahia. A data foi escolhida por representar o nascimento de Raul Seixas, baiano e representante maior do rock tupiniquim.
A associação foi criada em 1991 para fomentar e desenvolver o rock no estado, assessorando bandas e músicos. Segundo Sandra de Cássia, presidenta da associação, “A ACCRBA, sendo a pioneira da idéia em todo o Brasil, atua como entidade representativa da cultura rocker baiana. É muito fácil de se notar que a ACCRBA é um grande auxílio para os associados músicos e bandas do segmento que têm dificuldade de manter contatos ou realizar projetos, como também para os seus associados que não possuem banda, que necessitam de informação e manifestação da cultura rocker do seu estado”. Gabriel Amorim, vice-presidente da associação, acrescenta “A produção cultural deste segmento no estado na Bahia nunca foi e não é fácil de se administrar. E é justamente por isso que a ACCRBA foi criada. Por uma democratização no mercado fonográfico saturado e maior expansão desta cultura em todos os seus aspectos, cuja é tão apreciada pelos jovens e adultos do Estado da Bahia no seu próprio Estado e em todo o Brasil”.
São inúmeros projetos realizados pela associação. Considerados pelos diretores o projeto mais bem sucedido, o Palco do Rock caminha para sua 14ª edição, mas encontrou problemas durante três anos (2002 à 2004). A falta de apoio era constante, até a prefeitura da época, em 2001, retirar o evento dos planos para o carnaval em plena atividade, forçando repúdio dos roqueiros da cidade e intervenções da própria associação perante o Poder Público, onde realizou o evento de forma fechada em protesto em 2003 e 2004.
O Palco do Rock é realizado no Coqueiral de Piatã, próximo à praia de Itapuã, tão famosa nos versos de Vinícius de Morais e Toquinho, durante o carnaval. São quatro dias de puro rock, para deleite dos aficcionados. O sítio da ACCRBA tem um acervo histórico, pelo qual pode ser atestado o seu pioneirismo dentro do “famigerado” rock brasileiro.
Voltando ao Dia Municipal do Rock, três cidades já apareceram na mídia especializada como benfeitoras do rock em seus respectivos municípios: Recentemente João Pessoa, na Paraíba, Campinas, em São Paulo e Niterói, no Rio de Janeiro. Em Niterói, o projeto ainda está tramitando.
Com absoluta certeza, são as benfeitoras do rock em seus municípios, mas é sempre bom salientar que isto, na Bahia, completará 10 anos no próximo ano. Inclusive, em João Pessoa, a data (10/10) do seu Dia Municipal do Rock é justamente o último dia em que a ACCRBA, representada pelo seu vice-presidente Gabriel Amorim, ministrou palestras há um ano, onde foram abordados o Palco do Rock e o Dia Municipal do Rock (para visualizar resenha, favor acessar http://www.accrba.com.br/resenhaviagem2006_joaopessoa.htm)
Para mais informações do Dia Municipal do Rock de João Pessoa: http://www.portalcorreio.com.br/entretenimento/matler.asp?newsId=13292
Expo Rock – Durante as comemorações do Dia Municipal do Rock (o baiano), a ACCRBA realiza uma exposição que contém obras de Raul Seixas, além do arquivo de fotos, releases e panfletos de todas as bandas que já passaram pelos eventos da associação. A exposição é realizada geralmente em Shoppings (como o Piedade, 3° maior em circulação de pessoas na América Latina), Escolas e Faculdades com o apoio do Fã-Clube Raul Seixas Forever, representado pelo primeiro guitarrista de Raulzito, na década de 60, Thildo Gama (Relâmpagos do Rock e The Panthers/Os Panteras). Todo ano, um grande público é atraído pela quantidade de material do mais ilustre roqueiro baiano, além do material de bandas independentes, que a cada ano se renova. Outras atrações da Expo Rock são os workshows e pocket shows. O próprio Thildo Gama sempre faz um emocionado show, relembrando a época em que conviveu com o ídolo, tocando os clássicos de Raulzito. Outros artistas baianos independentes já participaram, tanto em apresentações acústicas como em workshows mais elaborados, como é o caso de Joel Moncorvo, atualmente baixista das bandas Ungodly e Slow, além de um trabalho solo premiadíssimo e Ricardo Primata, também com trabalho solo premiado e guitarrista da banda Slow. Outro artista de quem não se pode deixar de falar é Jone Frank, baterista de Jazz Fusion que sempre faz um dos workshows mais visitados, como a banda Portal, que no início fazia um revival do Maluco Beleza mesclado a clássicos do Heavy Metal.
A associação leva ao público, de forma gratuita, toda a história do rock baiano, contada em imagens, sons e causos dos mais diversos músicos que atuaram ou ainda atuam na cena baiana. Dentro deste contexto, pode-se observar um outro pioneirismo – o de ministrar workhows e apresentações rocker’s na praça de alimentação de um shopping em plena atividade.
Praça do Rock – Ainda em negociação, a Praça do Rock, com o Museu Raul Seixas, é um projeto que a ACCRBA elaborou no ano de 1998 e consiste na criação de um espaço democrático que abrigue os shows de rock independente da cidade. Mas não se limita a apenas isto. De acordo com Sandra de Cássia, “é um projeto inovador, que quebra as barreiras do preconceito. Salvador precisa desse espaço para que mais bandas surjam e a mídia também comece a dar voz a esta galera. Tem muita gente querendo se expressar para um público maior e numa melhor estrutura, mas sofre sempre com a má vontade de muitos que não acreditam que exista rock bem feito na Bahia”. Na cidade de Niterói, também há um projeto parecido com a Praça do Rock (mais informações em http://www.arariboiarock.com.br). Estes exemplos ratificam o pioneirismo e atitude franca da associação que, mesmo sem os apoios necessários, consegue influenciar no direcionamento das atividades roqueiras independentes no país.
Os estados do Paraná, São Paulo e Ceará, como exemplo, têm associações que trabalham em busca do fomento do rock local. O intuito é tão significativo para o Clube do Rock baiano que, ao perceber a quantidade de agremiações que aparecem nos arredores do país, algumas até englobando estados e festivais, como é o caso da Associação Brasileira dos Festivais Independentes (ABRAFIN), Gabriel Amorim sente-se orgulhoso: “É muito bom ver que as bandas estão se unindo. É muito bom saber que isso começou conosco em tempos de pouco espaço midiático e pouca esperança mercadológica, e de até um certo descrédito por parte do próprio segmento (bandas e produtores) em confiar no sucesso de uma entidade organizada que tem também como função abrir um diálogo com o poder público tanto quanto privado. Espero que isso se alastre ainda mais para que o nosso orgulho em sermos os primeiros a realizar tal façanha seja diretamente proporcional, como que o reconhecimento também seja maior por parte de quem tem lutado pelo desenvolvimento do rock independente brasileiro”, disse.
No Brasil, a ACCRBA é a primeira Associação de Rock do Brasil (1991), criou o primeiro Festival de Rock no Carnaval do Brasil (Palco do Rock, que também é o maior festival de rock independente do Estado da Bahia - 1994) e o primeiro Dia Municipal do Rock do Brasil (28 de junho, data de aniversário de vida de Raul Seixas - 1998).
Fonte: http://www.accrba.com.br/dmrockbrasil.htm
Show de graça no dia do rock já é tradição em Belo Horizonte!
No dia mundial do Rock, comemore a data em Belo Horizonte com muito show de graça no FLASHROCK 2010. Para conferir os shows gratuitos você tem de pegar seu ingresso gratuito na Praça Savassi, às 18h30. Os maiores clássicos da história do rock & roll serão tocados por bandas locais, no Lapa Multishow, hoje, 13 de julho a partir das 21horas.
Mais informações:
http://doremisol.blogspot.com/2010/06/13-de-julho-dia-mundial-do-rock.html
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