120 anos de Cora Coralina
A cantora e poetisa Rosa Pimentel, conselheira do Instituto Imersão Latina, estará nesta terça-feira, 13 de outubro, às 18:30 horas, nos Jardins Internos do Palácio das Artes fazendo homenagem a Cora Coralina, no Projeto Terças Poéticas. Prestigie! A entrada é franca!
No livro Nós da Poesia, está publicada texto de Rosa em homenagem à poeta. Leiam abaixo e não percam o lançamento em Belo Horizonte, nesse domingo, 18, a partir do meio-dia no restaurante Cozinha de Minas (rua Gonçalves Dias, 45 - bairro Funcionários). Será uma festa latina com música, poesia e exposição com os artistas e ativistas culturais que participam da antologia. Imperdível!
120 ANOS
Poetas mineiros e do mundo, mulheres e homens, não podem passar impunemente pelos 120 anos de nascimento de Cora Coralina, em 20 de agosto de 2009. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a Aninha da Casa da Ponte, comeu o pão que o diabo amassou para escrever e publicar seus livros. Nascida três meses antes da Proclamação da República (1889), em Goiás, foi uma mulher ousada para seu tempo. Aos 14 anos, escreveu seu primeiro conto Tragédia na Roça e, em 1907, junto com Leodegária de Jesus foi redatora do jornal literário A Rosa, que funcionou, segundo Gilberto Mendonça Teles, “como o verdadeiro veículo das idéias do movimento literário da cidade de Goiás”. Triste, nervosa e feia, como ela própria se achava, desprezada pela mãe e irmãs, escrevia desde menina, talvez para amenizar a falta do pai que falecera quando Aninha tinha apenas dois meses de vida. Daí seus tristes versos do poema Meu pai.
Para escapar dos preconceitos sociais e familiares, Cora, já grávida do seu amado Cantídio, advogado, separado de sua esposa, foge com ele, a cavalo, numa viagem que durou 16 dias até Araguari, no Triângulo Mineiro. Lá a esperava sua grande amiga Leodegária de Jesus, que foi a primeira mulher a publicar um livro em Goiás: Coroa de Llyrios, em 1906.
Mulher, doceira, cozinheira, contadora de histórias de Goiás, da escravidão, ponte entre dois séculos. Poeta apaixonada pelo Nordeste, Lampião, Maria bonita, cangaceiros e padre Cícero.
É preciso dizer mais?
Poetas, seresteiros, namorados e... políticos
Leiamos, saudemos Cora Coralina
Coralina Coragem, Coralina Coração!
Rosa Helena Pimentel é professora e cantora popular, Poeta Del Mundo BH/MG, Autora do Projeto Poético-Musical Coralina Coragem, Conselheira do Instituto Imersão Latina (IMEL)
Coralina coragem, Coralina coração
“Poetas, seresteiros, namorados, correi
É chegada a hora de escrever e cantar
Talvez as derradeiras noites de luar.”
Gilberto Gil
Poetas mineiros e do mundo, mulheres e homens, não podem passar impunemente pelos 120 anos de nascimento de Cora Coralina, em 20 de agosto de 2009. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, a Aninha da Casa da Ponte, comeu o pão que o diabo amassou para escrever e publicar seus livros. Nascida três meses antes da Proclamação da República (1889), em Goiás, foi uma mulher ousada para seu tempo. Aos 14 anos, escreveu seu primeiro conto Tragédia na Roça e, em 1907, junto com Leodegária de Jesus foi redatora do jornal literário A Rosa, que funcionou, segundo Gilberto Mendonça Teles, “como o verdadeiro veículo das idéias do movimento literário da cidade de Goiás”. Triste, nervosa e feia, como ela própria se achava, desprezada pela mãe e irmãs, escrevia desde menina, talvez para amenizar a falta do pai que falecera quando Aninha tinha apenas dois meses de vida. Daí seus tristes versos do poema Meu pai.
Para escapar dos preconceitos sociais e familiares, Cora, já grávida do seu amado Cantídio, advogado, separado de sua esposa, foge com ele, a cavalo, numa viagem que durou 16 dias até Araguari, no Triângulo Mineiro. Lá a esperava sua grande amiga Leodegária de Jesus, que foi a primeira mulher a publicar um livro em Goiás: Coroa de Llyrios, em 1906.
De lá, foram para Jaboticabal, São Paulo e Penápolis. Tiveram quatro filhos e depois da morte do marido (1934), ainda ficou por mais 20 anos em S. Paulo, até seu retorno a Goiás, em 1956. Tempos depois, Cora Coralina escreve: “Foram 16 anos para ir e 45 anos para voltar. E quando ia, já estava voltando. Voltava na pata do caranguejo: um passo para frente e dois para trás.”
Para a sua sobrevivência e de seus filhos vendeu livros, banha de porco, doces e linguiça, que ela mesma fazia.
Para a sua sobrevivência e de seus filhos vendeu livros, banha de porco, doces e linguiça, que ela mesma fazia.
Foi exímia doceira por 14 anos. Nunca deixou de escrever, mas só publicou o primeiro livro em 1965, aos 75 anos. Reconhecimento mesmo, veio em 27 de dezembro de 1980 , quando Carlos Drummond de Andrade, numa carta-crônica, à poeta, publicada no Jornal do Brasil escreveu: “Não tendo seu endereço, lanço estas palavras ao vento, na esperança de que ele as deposite em suas mãos. Admiro você como a alguém que vive em estado de graça com a poesia. Seu livro é um encanto, seu verso é água corrente, seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais. Ah, você me dá saudades de Minas, tão irmã do seu Goiás . Dá alegria na gente saber que existe bem no coração do Brasil um ser chamado Cora Coralina”.
Mulher, doceira, cozinheira, contadora de histórias de Goiás, da escravidão, ponte entre dois séculos. Poeta apaixonada pelo Nordeste, Lampião, Maria bonita, cangaceiros e padre Cícero.
É preciso dizer mais?
Poetas, seresteiros, namorados e... políticos
Leiamos, saudemos Cora Coralina
Coralina Coragem, Coralina Coração!
Rosa Helena Pimentel é professora e cantora popular, Poeta Del Mundo BH/MG, Autora do Projeto Poético-Musical Coralina Coragem, Conselheira do Instituto Imersão Latina (IMEL)
Cora Coralina foi poetisa e contista de pseudônimo Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu em 20 de agosto de 1889 na Cidade de Goiás e morreu em 10 de abril de 1985 em Goiânia. Mulher simples, doceira, viveu longe dos grandes centros urbanos. Produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.
Serviço
Evento: Projeto Terças Poéticas
em homenagem a Cora Coralina
Local: Jardins Internos
Data: 13 de outubro de 2009
Horário: terça-feira às 18h30
Entrada franca
Informações: (31)3236-7400
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