27 milhões de seres humanos são escravizados hoje no mundo, sendo 10 milhões de crianças


“Eu não estou a venda, você não está a venda, ninguém deveria estar à venda” diz David Batstone, o diretor de “Notforsale”, uma organização que oferece treinamentos no combate ao tráfico humano. “A escravidão precisa ser novamente abolida, na nossa vizinhança e no mundo todo.”

“Escravidão?” talvez você esteja se perguntando. “Isso não foi abolido centenas de anos atrás?” Sim, naquela época criaram leis. Mas especialistas estimam que hoje haja um número inacreditável de 27 milhões de escravos, muito mais do que durante todo o tráfico negreiro através do Atlântico há 200 anos!

Exploração sexual infantil

Uma das mais terríveis formas de escravidão é a exploração sexual infantil. Aproximadamente 10 milhões dos escravos no mundo são crianças e adolescentes, abaixo de 18 anos, que são forçados a venderem seu

corpo na indústria do sexo a até 20 homens diferentes por noite... Depois do tráfico ilegal de armas e drogas a venda de meninas, é um dos maiores e mais lucrativos negócios no mundo, multiplicando-se de forma assustadora.

Compra de escravos

Se você mora na América do Norte, você pode pedir a sua própria escrava sexual pela internet por 10.000 dólares. “Caro? Não, se ela for jovem e bonita, você recupera o investimento em uma semana. O que vier depois disso é puro lucro!”, de acordo com uma das propagandas.
A menina que será “entregue”, provavelmente vem de um país da Europa oriental, de origem pobre que respondeu a um anúncio para um emprego de garçonete em um restaurante dos Estados Unidos. Em países como a Ucrânia tem “Agências de Emprego”, que as ajudam a pedir seu passaporte, seu visto e comprarem uma passagem. Especialmente meninas que cresceram em orfanatos, e de quem se espera que, aos 16 anos de idade, cuidem de si mesmas, caem freqüentemente nessa armadilha.

Durante a viagem ao exterior o guia toma os passaportes das meninas, que até o momento não suspeitavam de nada. A primeira parada é em uma casa, já no exterior, onde a resistência delas é quebrada, sendo estupradas brutalmente e forçadas a assistir quando uma menina “rebelde”, que não quer obedecer às degradantes condições impostas pelos traficantes, é fisicamente punida, às vezes até com a morte. Depois de todas terem sua resistência quebrada, continuam a viagem.

Vendidas e revendidas

Sempre que chegam a outros lugares, elas são vendidas e revendidas, às vezes em leilões que são organizados única e especificamente para esse propósito. É lhes falado que estão ilegalmente no país, e que serão presas se forem à polícia pedir por ajuda além de que suas mães e/ou outros familiares serão punidos, ou até mortos, se elas fugirem. As meninas, assustadas, e sem saber uma palavra sequer da língua do país em que estão, não tem para onde ir. É lhes assegurado que se trabalharem duro como prostitutas, elas conseguirão pagar pela dívida que têm pelos custos da passagem e outros custos que a agência teve para trazer lhes ao país.

Nos países em desenvolvimento o número de prostitutas menores de idade se multiplicou por três nos últimos 30 anos. São meninas da Europa Oriental que são levadas à Holanda, Alemanha, Inglaterra, Grécia, Israel e América do Norte. Meninas do Nepal são colocadas para trabalharem em uma das favelas de prostituição de Mumbai na Índia. Meninas do Laos e do Vietnã são negociadas na Tailândia. Meninas das favelas das grandes cidades do Brasil são vendidas a turistas.

Em alguns casos são pais de boa fé, que entregam suas filhas a mulheres ou homens que lhes prometem um belo futuro: uma chance de estudar, um emprego e um salário. Muitas dessas crianças acabam em bordéis pequenos e imundos, em circunstâncias desumanas, presas através da violência física ou psicológica que sofrem. Em outros casos os pais não são inocentes, mas são eles que forçam seus próprios filhos a se prostituirem. Assim, alguns dos nossos obreiros conheceram uma mãe que trabalha na zona boêmia de Belo Horizonte, e nesse trabalho envolve a sua filhinha de 9 anos. Ela a vende como promoção especial, por R$ 1,99!

Crianças de 9 anos, ou até mais jovens, na exploração sexual infantil não é uma exceção no Brasil. O turismo do sexo, no qual turistas vêm da Europa ou América do Norte para ter o máximo de sexo possível, muitas vezes com crianças, é um negócio crescente. A Tailândia foi, por muitos anos, líder desse triste ranking de países para onde aviões cheios de pessoas vão com a única intenção de maltratar crianças e adolescentes com seus desejos perversos. Hoje o Brasil lidera esse ranking.

Quando a Copa do Mundo de futebol foi realizada na Alemanha, calculou-se que aproximadamente 40.000 meninas e mulheres foram levadas e usadas na prostituição.
Quarenta mil! Por isso, tememos que os traficantes de seres humanos, que conseguiram fazer isso em 2006, já estão se planejando para a próxima Copa, que acontecerá no Brasil em 2014, e para as Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro.

O que podemos fazer?

Primeiramente precisa-se receber treinamento especifico nessa área. Na missão Jovens com uma Missão (JOCUM), em Belo Horizonte, oferecemos o curso “Crianças em Risco” há 22 anos. Este é um curso de três meses onde os estudantes são equipados para trabalharem nas grandes cidades do mundo com crianças em situação de risco. O curso é bilíngüe (português e inglês) e começa no final de agosto.


Esse ano teremos, durante o curso, um congresso e um seminário, em que David Batstone, da organização “Notforsale”, virá para ensinar, “pois cremos” diz o folder da organização, “que todos têm alguma capacidade que pode contribuir com o combate do tráfico humano, para que durante a nossa vida possamos acabar com a escravidão.”

Congresso "Pare o tráfico humano!"

O congresso será de 29 de setembro a 1 de outubro e esperamos por volta de 2000 pessoas. Será falado a respeito de escravidão moderna, tráfico humano e o que podemos fazer para acabar com esse mal. Também será o jubileu de 25 anos de Jovens com uma Missão em Belo Horizonte, onde celebraremos o privilégio que Deus nos dá de trabalharmos junto com Ele no alcance e abrigo de centenas de crianças.

No domingo, 2 de outubro, os participantes do congresso terão a oportunidade de oferecer um almoço às professionais do sexo da zona boêmia de Belo Horizonte.

Seminario "Combate ao tráfico humano!"


Depois haverá um seminário de três dias, de 3-5 de outubro, para aproximadamente 300 pessoas, onde aprofundaremos no assunto para saber o que pode ser feito contra o tráfico humano, e teremos palestras práticas, como “investigação estratégica”, onde se aprende como identificar e documentar a escravidão moderna e o tráfico humano.

Você também poderá descobrir como trabalhar junto com outros abolicionistas (pessoas que trabalham para acabar com a escravidão). Além disso, teremos palestras a respeito de aconselhamento pós-traumático, onde se aprende como oferecer suporte, cuidado e restauração para meninas, e rapazes, que foram libertos da escravidão.

Interessado no curso Crianças em Risco, o congresso ou o seminário? Escreva para jocumbh25anos@gmail.com para mais informações a respeito.
Orem conosco contra o tráfico humano e a prostituição infantil! Isso não pode continuar!

Saiba mais:

Leia Meninas da Noite, livro escrito pelo jornalista Gilberto Diemenstein;
Anjos do sol, um filme brasileiro que trata sobre a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes.

Website Congresso e Seminário: http://jocumbh25anos.blogspot.com
E-mail: Congresso e Seminário: jocumbh25anos@gmail.com

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