17 de setembro é dia de lutar contra a corrupção da mídia no Brasil

Ciranda.net

A ideia partiu de São Paulo. O empresário Eduardo Guimarães, criador do Movimento dos Sem-Mídia e piloto do Blog da Cidadania, resolveu convocar uma manifestação “contra a corrupção da mídia” para o sábado, 17. Isso mesmo! Aí o #RioBlogProg e o movimento FaleRio decidiram fazer o mesmo, só que na sexta, 16.

No Rio, o ato acontece a partir das 17 horas desta sexta, em frente a Cinelândia, centro. Os organizadores acreditam que “pode até não reunir muita gente, dado o em cima da hora”, mas a simbologia é importante. Afinal, a Cidade Maravilhosa é sede do maior império de comunicação do país: as Organizações Globo.

Em Sampa, berço da Abril, que edita a Óia, o ato começa às 14h, no vão do Masp na Paulista -mesmo local onde os cansados de sempre ensaiaram protesto anti-corrupção, no 7 de Setembro. Os Sem-Mídia, tudo indica, têm mais embocadura para esse tipo de coisa. As adesões na página do evento no Facebook já passam dos 1.000. E se eu conheço os cariocas do movimento, muita gente vai encarar ponte aérea e participar.

Claro que manifestar-se, protestar, cobrar, é parte da democracia-cidadã – de um lado e do outro. Ainda que, no velho ditado popular, muitos imitem “o sujo falando do mal lavado”.

Ninguém pode ser a favor da corrupção. Muito menos quando lapida o dinheiro público que é para, ou devia, ser usado para melhorar a vida das pessoas. Mas o corrupto não brota de osmose, não é um cachorro correndo atrás do próprio rabo, sem jamais alcançá-lo. Numa fábula, ele seria o animal que precisa ser alimentado por quem o domestica.

Trata-se de mal planetário. Aqui, em Terra Brasilis, está na origem, é cultural. Parte do princípio de que a coisa pública não é de ninguém. Não se pensa no coletivo. E é cultivada nas pequenas coisas, como dar um troco a garçon da festa para servir mais e melhor o uísque, por exemplo. O que não quer dizer que não tenhamos que combatê-la. E talvez, seja esta a diferença que passa a incomodar. E incomodará muito mais quando corruptos e corruptores, mais do que denunciados, passem a ser punidos.

Abaixo, trecho inicial do manifesto que será lido no ato:


"Senhoras e senhores,

Estamos aqui hoje para nos manifestar contra a corrupção, mas não como aqueles que estiveram neste mesmo local no último dia 7 de setembro dizendo que se manifestavam pelo mesmo motivo. O que aquelas pessoas fizeram, na verdade, foi um ato orquestrado por grandes impérios de comunicação e que teve como objetivo favorecer partidos políticos.

Antes de prosseguir, é bom explicar que este Ato Público não pertence a nenhum partido político, a nenhum sindicato, a nenhum grupo de interesse. Foi convocado pelo Movimento dos Sem Mídia, que luta pela democratização da comunicação no Brasil, ou seja, para que essa comunicação não continue na mão de meia dúzia de famílias.

Quem são esses impérios de comunicação? São a Globo, os jornais Folha de São Paulo e Estado de São Paulo e a revista Veja e alguns outros que repetem o que eles dizem. Esses veículos estimularam a manifestação que ocorreu aqui no Masp no último dia 7 usando artigo escrito por um jornalista espanhol ligado a esses empresários de comunicação". (...)Leia o manifesto inteiro:

http://www.blogcidadania.com.br

A mídia e a síndrome do Papagaio de Pirata. O que você tem a ver com isso?

Este é o título do panfleto que está sendo impresso por manifestantes que programaram atos em SP e no Rio. Leia a íntegra. Ou imprima o arquivo e distribua, para juntar-se ao protesto em qualquer lugar.

Você já reparou que grande parte dos meios de comunicação adora repetir e repetir algumas idéias, como se fosse um papagaio de pirata nos nossos ouvidos? O problema está no dono do papagaio, ou seja, no pirata. É ele quem manda e decide, de acordo com seus interesses, o que deve ser repetido por aí.

Com a informação é a mesma coisa. Os donos da mídia decidem que idéias e visões de mundo devem ser repetidas e repetidas, até que a opinião pública se convença delas. Agem como piratas, donos do espaço público, sem prestar contas a ninguém. Não aceitam emprestar seu papagaio, muito menos deixar que outros tenham o seu. Assim, garantem o monopólio da voz.

Se na terra dos piratas vale a lei dos mais fortes e mais espertos, numa democracia os direitos devem ser iguais para todos, e a liberdade de expressão não pode ser apenas daquele poderoso que controla a fala do papagaio. Numa democracia, a mídia deve ser sempre plural e diversa, com espaço para todas as vozes.

No Brasil, no entanto, a mídia sempre esteve nas mãos de poucos piratas. São eles que, de forma autoritária, decidem o que pode e o que não pode ser dito pelos papagaios. Usam da liberdade de imprensa que possuem para cercear a liberdade de expressão e o direito à comunicação, que deve ser de todos. Assim, milhões de vozes são caladas, expostas às mensagens quase únicas dos papagaios de pirata.

Você pode ajudar a mudar essa realidade!

A Constituição brasileira estabelece os princípios e regras mínimas que devem ser respeitadas pelos meios de comunicação de massa, ou seja, o rádio e a TV, que são concessões públicas. Por exemplo: não pode haver monopólio na mídia; as emissoras devem veicular programação regional e independente; a prioridade deve ser para conteúdos informativos e culturais; o país deve ter um forte sistema público de comunicação; o direito de resposta deve ser garantido; é vedada qualquer censura de natureza política e ideológica; etc

O problema é que até hoje a Constituição não é cumprida porque depende de leis específicas para isso. Ao mesmo tempo, as poucas leis que existem não são respeitadas - falta fiscalização do Estado - ou estão ultrapassadas. Para se ter uma idéia, o Código Brasileiro de Telecomunicações é da década de 60, quando ainda assistíamos TV em preto e branco e internet era algo desconhecido.

Já passou da hora de mudarmos essa realidade e garantirmos uma democracia de fato no Brasil. Mas, todas as vezes que a sociedade defende a regulação da mídia, os piratas colocam os papagaios a gritar: "censura!". Oras, se na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina os meios de comunicação tem regras a cumprir, são fiscalizados e responsabilizados quando erram, por que aqui é diferente?

Participe da mobilização por uma nova lei geral para as comunicações no Brasil, que garanta pluralidade, diversidade e liberdade de expressão para todos - não só para os piratas!

Entre no site www.comunicacaodemocratica.org.br e contribua com a consulta pública por um novo marco regulatório das comunicações.

Vamos juntos construir uma mídia democrática!

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