Indígenas da América Latina debatem esta semana alternativas para a crise ambiental



Qual o posicionamento político dos indígenas da Amazônia Internacional ou Pan-Amazônia frente às grandes questões mundiais como as mudanças climáticas, REDD, o mercado de carbono, as relações com as instituições financeiras multilaterais, e a repartição de benefícios sobre recursos genéticos e saberes tradicionais?


Para responder a essas e outras questões, centenas de lideranças de Brasil, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname, se reúnem em Manaus, Amazonas, Brasil, de 15 a 18 de agosto, no “Grande Encontro dos Povos – Saberes, Povos e Vida Plena em Harmonia com a Floresta”.

O objetivo é unir as organizações dos povos indígenas e dialogar junto a movimentos ambientalistas mundiais e instituições sociais e internacional, para construir - respeitando a diversidade e saberes tradicionais- , uma alternativa a sobrevivência da Floresta e de todas as formas de vida do planeta.


O evento é organizado pela COICA – Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, em parceria com a COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, e conta com a participação centenas de lideranças indígenas, por meio de 10 representantes locais e regionais de cada um das nove confederações nacionais dos povos indígenas da Amazônia: Brasil (COIAB), Peru (AIDESEP), Bolívia (CIDOB), Colômbia (OPIAC), Equador (CONFENIAE), Venezuela (ORPIA), Guiana (APA) Suriname (OIS) e da Guiana Francesa (FOAG).


Esse Grande Encontro irá tomar decisões estratégicas sobre temas relacionados à Amazônia e para toda a humanidade, debatendo propostas das lideranças indígenas e representantes do sistema das Nações Unidas, europeus e sul-americanos, os bancos multilaterais, ambientalistas e movimentos sociais, nas escolhas de ações específicas sobre os processos globais.


Pensando juntos, do local ao global, as organizações também reafirmarão a luta pelo reconhecimento dos direitos coletivos de defesa e sobrevivência da vida povos indígenas da Amazônia e defesa legal de seus territórios, assim como o respeito ao meio ambiente e do ecossistema amazônico.


Os povos indígenas, representados no evento, defendem que a Amazônia e seu modo de vida tradicional contribuem para a estabilidade climática global, o desenvolvimento econômico sustentável, o uso e gestão da biodiversidade e da conservação e uso sustentável das florestas, bem como o respeito e reconhecimento dos conhecimentos ancestrais e a propriedade intelectual coletiva dos povos indígenas, entre outros.


Temas e debates do Grande Encontro:



• Processos para Redd + (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação): FCPF UNREDD, FIP e mecanismos de subvenção para os Povos Indígenas, Cooperação Global REDD;
• COP 17 Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima das Nações Unidas (Durban, Novembro 2011);
• Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio + 20 (Brasil, junho 2012);
• Conferência das Partes, a Convenção COP 11 sobre Diversidade Biológica (Coréia, outubro de 2012);
Congresso Mundial de Conservação da IUCN (Índia, setembro de 2012)Solidariedade entre os povos - ATO CONTRA BELO MONTE16 agosto, às 17 horas, Largo do Mestre Chico, centro de Manaus (AM/Brasil)Danças, rituais, cantos e gritos de protestos estarão presentes em um grande ato de solidariedade entre os povos e Contra o Complexo de Belo Monte, no coração de Manaus, no dia 16 de agosto.


Os centenas de indígenas presentes no Grande Encontro sairão em marcha, a partir das 17 horas, do hotel Taj Mahal, local do evento, até o Largo Mestre Chico, no centro de Manaus, em defesa dos povos e rios do Xingu, como também, bradando em uma única voz, contra os grandes projetos energéticos para todos os países da Amazônia.


No Largo Mestre será instalado um palco para que a população de Manaus possa se unir a essa grande festa de alegria e protesto, pela defesa da Amazônia e dos povos da floresta.

Já estão confirmadas as presenças de grupos de dança dos índios Ticuna, de grupos afros, com o Samba de Criola e também do cacique kayapó Raoni Txucurramãe, que falará sobre a resistência dos povos do Xingu que há mais de 30 anos lutam contra o Complexo Hidrelétrico de Belo Monte.

Haverá ainda exposição e venda de artesanatos em uma feira de economia solidária indígena.

Mais informações:
http://racismoambiental.net.br/

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