Manifestação da Comunidade Camilo Torres com samba e bolo em comemoração à resistência popular


Cerca de 300 pessoas caminharam hoje para a porta da Regional Barreiro da Prefeitura da cidade de Belo Horizonte em Minas Gerais (Brasil).
Eles levaram a bateria da Escola de Samba Cidade Jardim com um bolo de comemoração do 1º ano de resistência na Ocupação Camilo Torres.
Os manifestantes reivindicaram:
1) Reunião com o administrador da Regional da PBH do Barreiro. Vão ficar acampados na porta da Regional até serem atendidos pelo administrador da Regional;
2) Exigem uma solução para a Comunidade sair da insegurança em que se encontra. As 150 famílias têm direito à moradia, pois os terrenos que ocuparam estavam ociosos, não estavam cumprindo sua função social;
3) Querem acesso aos Programas Sociais da PBH, dos governos estadual e federal;
4) Exigem o reconhecimento da Vila – Comunidade Camilo Torres – com endereço;
5) Reivindicam a criação de uma Unidade Municipal de Educação Infantil – UMEI – para a comunidade;
6) Querem melhorias no Campo de futebol que existe ao lado da comunidade.

MANIFESTO COMUNIDADE CAMILO TORRES:

1 ano sem solução da Prefeitura... Viemos dizer: BASTA!

Nós, trabalhadores e trabalhadoras sem-teto da cidade de Belo horizonte, há 01 ano, ocupamos um terreno abandonado da região do Barreiro que servia apenas para a especulação imobiliária, sem nenhuma destinação residencial ou econômica. Um atentado contra a função social da propriedade!

Nosso objetivo com essa ação é abrir os olhos do governo municipal para a situação dos belorizontinos excluídos desta cidade e reivindicar que a Constituição da República seja cumprida. Desde então, jamais fomos ouvidos pela Prefeitura. A postura do Poder Público tem sido de permanente perseguição a nós, moradores da Comunidade Camilo Torres. Seja negando atendimento no posto de saúde da região, impedindo nossas crianças de estudarem na escola pública mais próxima, fomentando o medo com a presença ostensiva da polícia ou nos oprimindo com a falta de uma solução que assegure nosso direito à cidade.

Frente ao desrespeito do mau governo, prosseguimos na luta e, em outubro do ano passado, ampliamos nossa comunidade ocupando um terreno vizinho que pertence à própria Prefeitura para reiterar nossa posição de jamais recuar diante da intolerância do executivo municipal. Ainda assim, estamos sem respostas. Hoje, portanto, exatamente 01 ano após a primeira ocupação e um dia depois da data que lembramos a morte do Padre Camilo Torres, viemos até a Prefeitura Municipal (Regional Barreiro) para dizer: BASTA!

EXIGIMOS:
Busca de solução imediata para as 140 famílias que vivem na Comunidade Camilo Torres, tanto na parte privada do terreno, quanto na parte pública, mediante reunião entre Município, Governo do Estado, Codemig e suposto proprietário da fração particular (Vitor Pneus Ltda);

Realização de obras de saneamento básico na Comunidade Camilo Torres, fornecimento de água, energia elétrica e reconhecimento formal da Comunidade com acolhimento dos nomes das nossas ruas e da nossa Praça das Assembléias;

Cadastramento de todas as famílias da Comunidade Camilo Torres para que possam acessar programas sociais, principalmente nas áreas de saúde e educação;

Construção na região próxima a Vila Santa Rita de uma das quatro Unidades Municipais de Educação Infantil (UMEI’s) previstas para a região do Barreiro, devido à altíssima demanda na Vila e na Comunidade Camilo Torres;

Realização de obras de melhoria no campo de futebol da Vila Santa Rita (alambrado e vestuários) para atender as comunidades do entorno, inclusive a Comunidade Camilo Torres. Que nossas palavras de ordem ecoem pelos gabinetes dos senhores do poder e que nossos sonhos mais humildes, finalmente, se tornem realidade!

COMUNIDADE CAMILO TORRES
FÓRUM DE MORADIA DO BARREIRO
BRIGADAS POPULARES
Enviada por: Frei Gilvander Moreira
e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br
http://www.gilvander.org.br/

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