ESPECIAL: América Latina comemora o aniversário de 80 anos de Che Guevara


“No momento em que for necessário, estarei disposto a entregar a minha vida pela liberdade de qualquer um dos países da América Latina, sem pedir nada a ninguém…”

Che Guevara


A imagem ao lado é uma homenagem da Renato Artes a Che. Seu rosto, pintado com tinta vermelha, representa seu próprio sangue derramado na luta contra o imperialismo norte-americano. Mesmo que alguns tentem distorcer sua imagem, Che Guevara ainda representa o inconformismo às injustiças deste mundo, independente de concepções políticas e ideológicas.

Se Che Guevara não tivesse sido morto cruelmente na Bolívia a mando da CIA (Agência de Inteligência Norte-Americana), ele estaria completando 80 anos! Mas pela sua obra e vida, ele permanece reverenciado e cheio de vitalidade na memória de todos nós latino-americanos que acreditamos na união de nossos povos e pela luta por uma sociedade mais igualitária com liberdade de idéias. Recebemos várias mensagens por e-mail em homenagem a Ernesto Che Guevara e inclusive foi com ele que iniciamos este blog do Imersão Latina no dia 08 de junho.

América Latina celebra os 80 anos de Che Guevara

A data será lembrada, com atividades diversas, em vários países

Os 80 anos de nascimento de Che Guevara será lembrado neste 14 de junho, com atividades diversas, em vários países, mas as principais vão acontecer em Cuba, onde Che Guevara lutou, ao lado de Fidel Castro, e na Argentina, onde nasceu o lendário guerrilheiro. Em Cuba, artistas e intelectuais brasileiros e de outros países estão sendo convidados a participar diretamente das homenagens, escrevendo ensaios, artigos, versos, músicas, peças de teatro, fotogrando, esculpindo, compondo, pintando ou qualquer que seja a forma de manifestação: todos os trabalhados encaminhados ao Centro de Estudos Che Guevara serão reunidos, publicados e expostos.

Os trabalhos devem evocar "a dimensão contemporânea e viva dessa figura universal que continua servindo de exemplo de luta por justiça e igualdade" – diz o convite enviado pelo Centro de Estudos Che Guevara. Diz, ainda, que todas as obras serão publicadas num sítio (site), criado especialmente para as homenagens aos 80 anos do Comandante Che. O prazo final para encaminhar as contribuições é 13 de junho, véspera do aniversário, o endereço eletrônico é centroche@enet.cu Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email ou che80@centropablo.cult.cu Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email

Outros trabalhos – pinturas, esculturas, fotografias – serão reunidos numa exposição, em Cuba, e devem ser encaminhados pelo correio ao seguinte endereço: Centro de Estudios Che Guevara - calle 47 No. 772 e/Conill y Tulipán - Nuevo Vedado, Plaza de la Revolución - 10400 Ciudad de la Habana. Cuba.

Na Argentina, ato político e um monumento a Che

Na Argentina, em Rosário, cidade onde Che Guevara nasceu, as principais manifestações acontecerão entre os dias 12 e 15 de junho, organizadas por sindicatos e outros movimentos sociais. Estão sendo esperados os presidentes Evo Morales, da Bolívia, e Hugo Chávez, da Venezuela e uma delegação de Cuba. Os organizadores ressaltam que as comemorações têm como objetivo central chamar atenção para a atualidade do pensamento de Che. Será inaugurado um monumento do guerrilheiro. Realizada em bronze fundido, a obra do artista Andrés Zerneri utilizou materiais doados por milhares de argentinos, especialmente chaves. O monumento terá aproximadamente quatro metros, e será colocada em um espaço público cedido pela municipalidade de Rosário. A escultura sairá de barco de Puerto Madero, em Buenos Aires, e chegará a Rosário no dia 1º de junho. A programação já confirmada é a seguinte:

14/06 (sábado):
8h - Trabalho das comissões do 8º Encontro Nacional de Solidariedade à Cuba
16h - Marcha na Praça Ernesto Che Guevara. Local: Bv. 27 de Febrero y Laprida
17h - Inauguração do primeiro monumento na Argentina do comandante Ernesto Che Guevara, na Praça Ernesto Che Guevara.
18h - Ato político

15/06 (Domingo):
9h - Plenária de encerramento do 8º Encontro Nacional de Solidariedade à Cuba
Local: Teatro " La Comedia"
14h - Concerto Internacional "Nossa América canta Che". Local: Hipódromo del Parque de la Independência.

Participe das homenagens aos 80 anos do Che!

HASTA SIEMPRE, COMANDANTE!
Intervenções artísticas vídeo - musicais
Dia 14 de junho, sábado das 15:00 às 21 horas
Local: Casa dos Estudantes, DCE da PUC .
Av. Getúlio Vargas, 85/ Savassi Belo Horizonte

Che, Para sempre em nossa memória

¡Ochenta años cumple el Che! Increíble. A esa edad y está como nuevo. ¿Será un caso único en la historia de la medicina? ¿Un error del tiempo, que por una vez viaja al revés? ¿O será milagro? ¿Milagro de la vitamina f, f de fe? No la fe en el alto cielo, sino en esta baja tierra, tierra maldita, y en el luminoso destino que ella espera. Eduardo Galeano

Neste ano, comemoram-se 80 anos de nascimento de Ernesto Che Guevara. Nascido em 14 de junho de 1928, na cidade de Rosário, Argentina. Aos 12 anos, por sofrer de asma, mudou com sua família para as serras de Córdoba. Entrou na faculdade de medicina da Universidade de Buenos Aires em 1947. Ainda estudante, em 1952 realizou uma longa jornada pela América do Sul com o amigo Alberto Granado.

Retornando para a Argentina terminou seus estudos, depois viajou por países da América Central, por fim se instalou no México, se mantendo como médico e professor. Lá conheceu Raúl Castro, logo em seguida foi apresentado a Fidel Castro, aderindo ao grupo revolucionário cubano.
Em 1956, os revolucionários desembarcaram em Cuba se refugiando na Sierra Maestra, de onde comandaram o exército rebelde na guerrilha que derrubou o governo de Fulgêncio Batista, em 1959.

Aos 39 anos de idade Che Guevara é assassinado na Bolívia e sua militância chega ao fim, porém suas idéias ganham mais vida e renascem cada dia mais nas mentes e corações de milhares de pessoas, como nos relata Eduardo Galeano no poema Nascedor "Por que será que o Che tem esse perigoso costume de seguir sempre renascendo? Quanto mais o insultam, o manipulam o traicionam, mais renasce. Ele é o mais renascedor de todos! Não será porque o Che dizia o que pensava, e fazia o que dizia? Não será por isso, que segue sendo tão extraordinário, num mundo em que as palavras e os fatos raramente se encontram? E quando se encontram, raramente se saúdam, porque não se reconhecem?

O Che renasce por que representa o que buscamos, o que queremos e sonhamos para a humanidade. Através de suas ações e atitudes cotidianas percebemos a possibilidade real da construção de um novo mundo, um novo homem, permeado por sentimentos bons, sensibilidade humana, solidariedade, austeridade, modéstia , liderança, características essas muito valorizadas por ele.

No livro O Ministro Che Guevara: testemunho de um colaborador, Tirso nos mostra com exemplos esse Che que tanto nos encanta, um Che muito ético, disciplinado, estudioso, mesmo sendo tão atarefado quanto era, ele sempre arranjava tempo para cumprir seus deveres. Durante as guerrilhas, em que ele viajava muito para ajudar nas lutas, dividia as indústrias que deveriam ser visitadas pelos vice-ministros, deixava algumas tarefas e partia. Quando voltava, exigia de todos os relatórios das visitas estipuladas. Tirso contou que Che havia acabado de chegar de viagem e foi cobrar os relatórios que tinham prazo para aquele dia mesmo. Um dos vice-ministros não tinha visitado a indústria, disse que estava cheio de trabalho e não havia dado tempo para ir, e alegou que era uma indústria pequena e ele não sabia porque tinham que visitá-la.

Diante disso, Che tirou do bolso do seu uniforme surrado (que usava todos os dias e era o mesmo desde sua primeira guerrilha) umas folhas de papel manuscritas e explicou que assim que chegou de viagem, antes de ir trabalhar, ele foi visitar a indústria de lápis, que havia ficado sob sua responsabilidade, e ali estava o relatório da visita. Pediu ainda desculpas por estar escrito à mão, ele realmente não havia tido tempo, mas iria datilografar assim que saísse dali. Apesar de ser uma pequenina indústria de lápis e apesar de estar em meio a uma guerra, Che cumpria com seus deveres e nunca escolhia trabalho. Dividia as indústrias que tinha que ser visitadas igualmente, por sorteio, entre todos que trabalham ali, incluindo ele mesmo.

Outra história presente no livro demonstra a humildade de Che Guevara. Já eram 4h da tarde e, devido a reuniões e tarefas que eles tinham que fazer, Ernesto e Tirso ainda não haviam almoçado e somente então conseguiram ir a um pequeno refeitório para comer. Quando chegou o prato, Tirso sorriu, era um bife enorme, ele nunca havia visto algo tão grade e suculento. Naquela época (anos 50) em Cuba não havia aquilo, a carne era escassa e era preciso economizar. Tirso olhou o prato de Che e verificou que continha exatamente a mesma coisa que o dele.

Che ficou incomodado com o que viu, fez um sinal para que Tirso não comesse e pediu para que levassem aquela montoeira de carne dali e trouxessem uma comida condizente com a realidade cubana. Tirso ficou desolado, estava com muita fome, mas percebeu a grandiosidade daquele ato. Notou ainda que Che não havia feito aquilo para mostrar ao povo, porque só havia um segurança, o garçom e Tirso ali no restaurante.Che participava do racionamento de comida. Em sua casa nunca houve mais alimentos do que aqueles previstos pelo governo para toda a população cubana. Ele poderia ter mais, tinha como conseguir, mas sempre seguiu o programa. Queria viver exatamente como todos em Cuba.

No atual modelo de sociedade em que o significado do ser foi substituído pelo ter. O imediatismo e o hedonismo são palavras de ordem, o exemplo do Che nos surge como uma luz nos indicando por onde trilhar para que a humanidade viva dias de glória.

O Che é o incomum que desejamos que venha a ser o comum, exemplo de guerrilheiro que valoriza a teoria e o conhecimento humano, internacionalista que dedicou sua vida pela libertação, soberania e audeterminação dos povos, companheiro e amigo capaz de amar a humanidade.

O Che renascerá sempre como exemplo de luta de nossos povos por justiça e liberdade. Estará para sempre em nossas memórias.

Maria da Conceição Pereira - Diretora da Associação Cultural José Martí - Minas Gerais

"...la política es arte de hacer felices a los hombres".
José Martí



Associação Cultural José Martí -MG
"Com todos e para o bem de todos"
R. Carijós,136 sala 904 Centro -
Belo Horizonte/Minas Gerais - Brasil
Fone:(31) 88059701


Fonte: Asociación Nacional de Cubanos Residentes en Brasil 'José Martí' . ANCREB


EL LEGADO DEL CHE Y LA REVOLUCIÓN LATINOAMERICANA


El 14 de junio se cumplen 80 años del nacimiento del Che Guevara. Pese al tiempo transcurrido, la clase dominante no pudo matar el ejemplo de lucha y heroísmo que, para millones de jóvenes y trabajadores en todo el mundo, representa el gran revolucionario latinoamericano. Recordar hoy al Che es una oportunidad de conocer mejor y debatir sus ideas. Intentaremos acercarnos a su figura, no tomándolo como a un mito religioso, sino como un líder revolucionario cuyo ejemplo sigue profundamente vivo, para tara tratar de repetir sus aciertos y aprender de sus errores. Para eso, republicamos sendos artículos de Alan Woods y William Sanabria que aparecieron en nuestra web el pasado mes de octubre, en ocasión del 40º aniversario del asesinato del Che en Bolivia

( El Militante , 13 de Junio del 2008 )

Informação enviada por Jordânia Maciel - Colaboradora do Imersão Latina
Colaboração de Pablo Saínz Fuentes

Prezados amigos de Imersão Latina,

Vi no blog que a Associação Cultural José Martí de Minas Gerais colocó lá um link con informações sobre a Carta a Che no seu 80 Aniversário escrita em dias recentes por Tirso Sáenz. Infelizmente o link colocado não abre, pelo que envio a carta aquí abajo sugiriendo a sua publicação neste interessante blog

_____________________________________________________________> > > Carta al Che en su 80º Aniversario
Brasilia, 14 de junio de 2008.

Querido Che:
Cuando trabajábamos en el Ministerio de Industrias, nunca me enteré de la fecha de tu cumpleaños. Era tan intenso el bregar de aquellos días, tratando de resolver los enormes problemas que se presentaban para emprender el camino de la industrialización que tú con empeño dirigías, que de tu onomástico muy pocos se enteraban y, mucho menos, se haría una fiesta por ese motivo. Tu modestia y tu sensibilidad no lo habrían permitido.
Por otra parte, había mucho por hacer. Era necesario, en primer lugar, resolver la falta de casi todo por culpa del bloqueo que el imperialismo nos impuso criminalmente. Además, las agresiones y sabotajes – ¿te acuerdas de los días de Playa Girón, cuando se te escapó un tiro de la pistola y el enemigo corrió la “bola” que te habías suicidado? ¿y de la Crisis de Octubre, cuando avisaste desde tu puesto de mando militar que se tramaba un criminal sabotaje contra el sistema eléctrico de la principal mina de cobre del país, que podría causar innumerables víctimas? Recuerdo como todos nos movilizamos para hallar una planta eléctrica y, en menos de 48 horas, dejarla instalada. Fueron momentos en que todos nos multiplicamos. Tomando la experiencia de esos días, dijiste que debíamos continuar trabajando siempre con ese espíritu que llamaste de “alarma de combate”.
También, la fuga de cerebros promovida por los Estados Unidos nos dejó las fábricas con pocos recursos humanos calificados. El 75% de los ingenieros que había en el país – que no eran muchos – se marcharon. Tus llamados a estimular la inventiva de la clase obrera – los Consejos Técnicos Asesores, el Movimiento Construye tu propia Maquinaria, los Comités de Piezas de Repuesto – resultaron esenciales para la participación masiva de los trabajadores en la solución de los problemas de sus fábricas y suplir la falta de recursos técnicos. En definitiva, la clase obrera estaba tomando el poder.
También era imperioso estudiar, capacitarse. La hermosa Campaña de Alfabetización había concluido y se acabó para siempre el analfabetismo en Cuba; pero eso no era suficiente. El Ministerio con todas sus fábricas a lo largo del país se convirtió en una gran escuela: el Seguimiento, el Mínimo Técnico y otra infinidad de cursos se organizaron. Todos estudiábamos. En ese empeño, tú fuiste el ejemplo que nos impulsó a superarnos. Estudiaste Economía, Contabilidad, Matemáticas y fuiste nuestro profesor, además en un curso de Programación Linear para el Consejo de Dirección, integrado en su casi totalidad por personal inexperto, pero que te seguíamos con dedicación.
Fuiste ejemplar en el impulso al trabajo voluntario, como motor ideológico de la Revolución. Íbamos los domingos, bien temprano en la madrugada, a las fábricas y a los cañaverales. ¡Cómo cortamos caña contigo y cómo nos hacías sudar! Aunque, ¿recuerdas?, el trabajo era duro, pero nos divertíamos.
Fuiste muy exigente – inclusive contigo mismo. Podíamos errar – no mucho – pero no perdonarías la negligencia o la irresponsabilidad. Sin embargo, fuimos también testigos de tu sensibilidad humana y de tu sentido de amistad, así como de tu austeridad. Insistías en los controles económicos para que ni un centavo del pueblo se perdiera.
La discusión colectiva fue un método permanente de trabajo. Eso nos permitió tratar de tomar siempre las mejores decisiones y crear un equipo muy unido en el Ministerio. Tu visión estratégica impulsó la creación de institutos de investigación, muchos de los cuales hoy mantienen su vigencia y obtienen resultados de importancia para nuestra economía. En esa tarea tuve el privilegio de acompañarte.
He conversado con muchos compañeros que trabajamos contigo en el Ministerio de Industrias. Todos sentimos que nuestras vidas quedaron marcadas con todas las cosas que aprendimos contigo. Conocimos tu firme lealtad a la Revolución y a Fidel. Aprendimos sobre todo, a ser más revolucionarios y más solidarios. Creo que nunca imaginaste que tu imagen alcanzaría una dimensión universal que continúa expandiéndose sin detenerse.
Tu figura es querida y respetada, no sólo por los cubanos que te conocimos más de cerca, sino por millones de seres de todas las razas y credos. Tu ejemplo es inspiración y motivo de acción para todos los hombres y mujeres que sienten en carne propia el dolor ajeno. Por eso, Che, por primera vez voy a homenajearte por tu cumpleaños y agradecerte el privilegio de haber estado a tu lado y conocerte. En este día te recordamos con gran cariño por todo lo que fuiste, por lo que sigues siendo y por lo que eternamente serás.

HASTA LA VICTORIA SIEMPRE.
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Tirso W. Sáenz fue Viceministro en el Ministerio de Industrias en el período en que el Che fuera Ministro. Actualmente es Profesor Asociado del Centro de Desarrollo Sustentable de la UNB y Presidente del Capítulo de Brasilia de la Asociación Nacional de Cubanos Residentes en Brasil “José Martí” - www.guantanamera.com.br

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Brenda Marques Pena - Presidente do Instituto Imersão Latina

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