Abrapalavra é o representante do Brasil no Encontro Internacional de Oralidade do Paraguai


O 4º Encontro Internacional de Oralidade do Paraguai começou nesta terça, 17 e vai até domingo 22 de setembro. O  grupo Abrapalavra, de Belo Horizonte, é o representante brasileiro . Formado pela narradora de histórias Aline Cântia, conselheira do Instituto Imersão Latina, pelo músico Chicó do Céu e pelos videoartistas Davi Fuzari e Marco Gonçalves, o Abrapalavra vai apresentar o espetáculo “Travessia, um caminho de contos e cantos narrados e cantados”, com fragmentos da tradição oral ibero-afro-latina. É um espetáculo em que a narração oral cênica dialoga com a música.
Além de artistas do Paraguai, e do Abrapalavra do Brasil, o encontro vai receber também narradores da cultura oral da Argentina, Colômbia, Costa Rica e Espanha. A participação se dá em momento especial para a relação entre Brasil e Paraguai, uma vez que, após a eleição do novo presidente, Horácio Cartes, em agosto, os dois países acertam entendimentos para parcerias, sobretudo na área cultural.
Nos seis dias de evento, vários bairros da capital Assunção e as cidades de Paraguarí, Benjamin Aceval, Villarrica e Encarnación serão invadidas por artistas da palavra. Praças, bares, auditórios e escolas vão ser os espaços de acolhida dos grupos. Os quatro brasileiros farão pelo menos quatro apresentações, incluindo uma no Centro de Estudos Brasileiros, na Embaixada do Brasil no Paraguai.
O Abrapalavra e outros grupos convidados participam também ofertando oficinas de formação para professores e demais interessados no ofício, como grupos indígenas de diferentes etnias, característicos da formação daquele país. No Paraguai, a oralidade tem em valor muito importante: por meio dela, inclusive, se manteve viva a sua língua mãe, o Guarani.
SOBRE O ABRAPALAVRA – Formado originalmente pela narradora de histórias Aline Cântia e pelo músico Chicó do Céu, juntos há sete anos, o grupo agregou os artistas visuais Davi Fuzari e Marco Gonçalves que somam forças na busca de uma linguagem particular. Depois da pesquisa e montagem das histórias para apresentação, são introduzidas imagens projetadas na tela, nos corpos no palco, no alto, embaixo. O violão de Chicó do Céu potencializa as histórias e amplia o passeio sensorial. Em evidência está a história narrada e por isso a opção é sempre por um entorno cenográfico e trajes não figurativos. A voz de Aline é a natural e o violão de Chicó é o único instrumento musical.
Sempre abertos a experimentar as potencialidades da narrativa oral, neste ano o grupo já se apresentou em outros dois encontros internacionais, o Festival Concierto para Devenir, em Valparaiso, no Chile, e o Fórum Internacional Mundial, na Tunísia. Em fase de finalização está a gravação do primeiro CD com histórias do grupo.

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