A escrita do corpo no palco e na poesia
Por Brenda Marques Pena*
"Dançar é escrever com o corpo no espaço estendido à frente,alongar-se,encolher-se, rodopiar, inclinar-se."
"...Já vi bailarinos em cadeiras de rodas, cada célula a vibrar, como se fosse um palco particular. Já os vi com próteses de celulóide, em pleno vôo...Já vi os que não mais podem bailar,tornarem-se mestres, para que os outros possam dançar por eles..."
Estes são fragmentos do poema "Dança" de Clevane Pessoa, publicado no Recanto das Letras e no blog da dançarina Kelly Lacerda. Clevane é uma bailarina em sua arte de escrever, sapateia com o teclado e com a caneta traça também desenhos.A Poeta del Mundo e vice-presidente do IMEL é uma incansável divulgadora do belo, da paz e de atitudes que merecem nosso aplauso.
Participamos juntas de duas antologias que tive a oportunidade de levar em encontros e performances poéticas no Terças Poéticas do Palácio das Artes (Belo Horizonte/Brasil), Buenos Aires Poesía (Argentina) e Jornada Andina de Literatura Latino America (Chile). "Mulheres Emergentes 18" - http://mulheresemergentes.blogspot.com/ e "Mulheres no Banquete de Eros", que pode ser adquirida na Abrace Editora - http://www.abracecultura.com/. O prefário da edição bilíngue Mujeres en el Banquete de Eros" foi escrito por Antônio Miranda Diretor da Biblioteca Nacional de Brasília desde março de 2007 e um dos organizadores da I Bienal Internacional de Poesia que será realizada de 3 a 7 de setembro (próxima semana) na capital Federal do Brasil. Veja programação e mais informações: http://www.bienaldepoesia.unb.br/
No momento, estamos finalizando o livro "Almas Desnudas" que tem uma relação forte com o corpo, que a dança pode nos ajudar a constuir. Espero que o ritmo de nossos poemas e contos seja parte deste poema que inclui até aqueles que sem o movimento das pernas, aprenderam a bailar sob rodas como o balilarido Rogério Andreolli, que aos 9 meses teve uma seqüela de Pólio que lhe tirou o movimento das pernas, mas não lhe impediu de seguir o caminho das artes cênicas, primeiro como ator e depois como bailarino.
Em 1991 Andreolli foi o primeiro deficiente físico no Brasil a dançar em uma cadeira de rodas. E nessa sua tragetória já encantou o mundo em festivais na Europa na Ásia. No Brasil, participou da abertura em 1998 do Teleton (Programa do SBT - Sistema Brasileiro de Televisão) destinado a arrecadar doações para vítimas de paralisia. Desde 200 integra a Pulsar Cia de Dança e ministra workshops e palestras sobre a inclusão socio-cultural das pessoas portadoras de necessidades especiais através da arte.
Se você conhece outros exemplos de arte inclusiva em outros países da América Latina, envie para o e-mail: info@imersaolatina.com
O Instituto Imersão Latina (IMEL) está desenvolvendo o espetáculo "Arte, Parte, Reparte" - um projeto musical para ser trabalhado com as crianças da APAE de Contagem e os jovens do Instituto São Rafael (cegos) de Belo Horizonte. Nos inscreveremos na Lei Estadual de Incentivo à Cultura e esperamos que no próximo ano, este espetáculo e material gravado possa fazer parte do acervo cultural dos brasileiros e quem sabe, de outros países da América Latina em que tentaremos levar este exemplo de superação.
Para saber mais sobre Rogério Andreolli, acesse:
Blogs de difusão artística editados por Clevane Pessoa:
*Jornalista, Poeta e Fotógrafa. Presidente do Instituto Imersão Latina (IMEL)
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