Educadores lançam manifesto pela reabertura das escolas itinerantes do MST
Por Vinícius Mansur da Radioagência Notícias do Planalto
Um conjunto de educadores lançou um manifesto exigindo a reabertura das escolas itinerantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio Grande do Sul. Entre eles estão os professores de universidades públicas do Rio de Janeiro Carlos Walter Porto Gonçalves, Emir Sader, Roberto Leher e Virgínia Fontes. O escritor uruguaio Eduardo Galeano também assina o manifesto.
No texto, os professores afirmam que as escolas mantidas em acampamentos são experiências inspiradoras para a educação pública brasileira. Mas, a governadora Yeda Crucius (PSDB) e parte do Ministério Público gaúcho resolveram fechá-las, fato que parecer ser mais uma tentativa de enfraquecer o MST e expulsá-lo do estado.
Segundo o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Leher, a organização curricular das escolas itinerantes é a mesma das escolas públicas. Ele considerou uma irresponsabilidade do governo estadual se basear em uma matéria da revista Veja para acusar essas escolas de formar militantes ou revolucionários. “O fato de a escola poder difundir conhecimentos que são ferramentas conceituais para tornar o estudante capaz de ter uma leitura crítica do mundo e da vida é que faz esse estudante não se conformar com uma situação social que é injusta, violenta e segregadora. Uma pessoa que tem uma formação ampla é capaz de se indignar diante das injustiças porque ela compreende a raiz social dessas injustiças, e é isso que incomoda na pedagogia do MST.”
Na opinião do professor, a atitude do poder público no Rio Grande do Sul vai contra a Constituição Federal, que garante que a escola pública deve ter pluralismo teórico e liberdade de crítica.
Manifesto em defesa da reabertura e de uma melhor infra-estrutura pública da Escola Itinerante do MST-RS
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crucius, e parte direitista do Ministério Público do estado estão golpeando as Escolas Itinerantes do MST no Rio Grande do Sul, decretando o banimento dessas instituições educativas.
O ato de proscrever essa inspiradora iniciativa educativa do MST é parte do processo de criminalização e de expulsão do MST do estado, conforme vem sendo denunciado pelas entidades democráticas de dezenas de países. Para proteger os latifúndios e as corporações, em especial as de celulose, Yeda e seus aliados querem cortar o que julgam ser o “mal pela raiz”: a educação das crianças, dos jovens e dos adultos que estão acampadas há anos, pois nada é feito em prol da reforma agrária. A governadora quer silenciá-los.
O ato de proscrever essa inspiradora iniciativa educativa do MST é parte do processo de criminalização e de expulsão do MST do estado, conforme vem sendo denunciado pelas entidades democráticas de dezenas de países. Para proteger os latifúndios e as corporações, em especial as de celulose, Yeda e seus aliados querem cortar o que julgam ser o “mal pela raiz”: a educação das crianças, dos jovens e dos adultos que estão acampadas há anos, pois nada é feito em prol da reforma agrária. A governadora quer silenciá-los.
Os camponeses foram expropriados de suas terras pelo poder do grande capital e nenhuma alternativa econômica lhes foi possibilitada. É por isso que as bandeiras do MST tremulam à beira das rodovias que ladeiam os latifúndios destrutivos. Dignamente os camponeses resistem lutando pela democracia que, para ser verdadeira, não pode prescindir dos meios econômicos que assegurem condições de vida humana. E as Escolas Itinerantes são parte desse processo civilizatório.
As Escolas Itinerantes do MST são espaços de conhecimento, criação, socialização com base em valores ético-políticos libertários e democráticos. São espaços públicos de formação humana, de crítica e de renovação do pensamento pedagógico brasileiro e latino-americano. Estudiosos de diversos países as investigam e as difundem por meio de teses, artigos, experiências de educação popular, propagando ideais pedagógicos originalmente sistematizados e difundidos por Paulo Freire.
As Escolas Itinerantes são lugares que estão propiciando reflexões que permitem construir um melhor futuro para a educação pública, gratuita, laica e autônoma frente aos interesses particularistas e mesquinhos como os professados pelo atual governo estadual.Exigimos a imediata reabertura das Escolas Itinerantes acompanhadas pelo MST, bem como a garantia de que o poder público assegurará a infra-estrutura necessária ao pleno funcionamento das mesmas.
Os signatários do presente Manifesto estarão acompanhando as ações do governo estadual nos sindicatos, nas escolas, nas universidades, nas lutas sociais, promovendo denúncias e atos políticos até que as escolas voltem às crianças, aos jovens e aos professores que nelas atuam.
Adesões: Petitiononline.com
Manifesto dirigido para:
Yeda Crusius: mailto:governadora@gg.rs.gov.br;
Ministério Público: pgj@mp.rs.gov.br;
MST RS: mstrs@mst.org.br
Assembléia Legislativa - Presidente Ivar Pavan (PT): ivarpavan@al.rs.gov.br
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