Entrevista desclassificável com o poeta, fotógrafo e agitador cultural Marco Llobus

(IMAGEM DO ÚLTIMO NÚMERO DO DESCLASSIFICADOS)


O Poeta Marco Llobus , presidente da Rede Catitu acaba de responder a uma entrevista exclusiva para o Blog do IMEL (mas que pode e deve ser replicada desde que citada a fonte) sobre o trabalho que realiza a quase cinco anos com o Desclassicados.

Brenda Marques (IMEL) : Quando começou a idéia do desclassificados?

Marco Llobus (Rede Catitu): Na passagem de 2003 para 2004. A primeira série com 27 peças eu considero como ensaios. Elas estão disponíveis no link: http://picasaweb.google.com.br/llobus/JornalVirtualDePoesiaDesclassificados.

Esta nova série, que inicia agora em 2009, Já considero como uma compreensão, nesta minha busca da fusão da imagem com a palavra/sentido/poema.


Brenda Marques (IMEL) : Ele é uma espécie de "SPAM" cultural né?

Marco Llobus (Rede Catitu): Quando criei o primeiro, distribui para mais de 1.000.000 de e-mails, a idéia era fazer chegar às pessoas este trabalho. Mas nem todas as pessoas estavam satisfeita em recebe-los sem autorização. Então o que fiz, retornei para os mesmo 1.000.000 de e-mails, pedindo desculpas, e se alguém quisesse receber teria que me comunicar. Obtive um retorno de mais de 6.000 e-mail's, que queriam continuar a receber.O desdobramento dentro da circulação destes trabalhos na net chegou ao incrível número de 50.000 pessoas direta e indiretamente. Esses cálculos saem de uma pesquisa que fiz perguntar algumas pessoas o que elas faziam com o trabalho que recebiam. Para exemplo, um dos casos vários casos interessantes foi de uma funcionária da Copasa (empresa que faz o tratamento de água de Belo Horizonte MG), que ao receber, imprimia uma cópia, e colocava no quadro de avisos do refeitório da empresa, onde existe uma circulação média de 400 pessoas por dia. Com este trabalho fiz amizades em três continentes, e muita mais coisas. Agora, respondendo a pergunta, e para minha felicidade, posso dizer – que sim, este é foi primeiro Spam Art do mundo - mas somente o número 1. Os demais trabalhos circularam mensalmente por quase dois anos (em email's autorizados). E dele nasceram outros trabalhos que utilizaram do mesmo mecanismo.Poetus – Poemas e fotos de poetas de Belo Horizonte.Hus manos – Palavras, falas, e fotos de mestres da cultura popular de Minas Gerais.

Brenda Marques (IMEL) : Quantas pessoas já receberam o jornal? Você é o único autor ou há colaboradores?

Marco Llobus (Rede Catitu): Acredito que umas 2.000.000 de pessoas. (mas pode ser bem mais, menos eu não acredito). Sou único, assim sempre quis. Mas houve duas participações que considero especiais, um dueto entre eu e poeta Ricardo Evangelista, também, um outro dueto com o poeta Paulo César Barros.

Brenda Marques (IMEL) : O suporte do Desclassificados sempre foi eletrônico? Já foi realizada alguma exposição dos exemplares?

Marco Llobus (Rede Catitu): Sim, sempre foi eletrônico. Mas logo no seu primeiro ano eu fiz uma exposição comemorativa no Centro de Cultura Lagoa do Nado (2005), onde foram impressos em papel tamanho A3. Depois, refiz a exposição em outros dois centros culturais (São Bernardo e Venda Nova). Agora esta circulando uma nova exposição - em banner / lona - da primeira série (que chamo de ensaios) e deve cobrir toda rede de centros culturais vinculados a Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte.

Brenda Marques (IMEL) : E a pergunta desclassificável: fale sobre o não-lugar da poesia contemporânea hoje?

Marco Llobus (Rede Catitu): O não-lugar da poesia, não é nunca será contemporaneidade, ou contemporânea. Pois a poesia é algo do espírito humano para humano, inerente a modelos, estéticas, épocas ou modas. Ela pertence à incompletude do humano, que só se realiza na necessidade de expressão, pois a poesia, mesmo retratando "um tempo do homem", não tem a função e a razão de caber ou de se justificar. Ela emana da vontade da vida, indistinta, pois mesmo que alguns não acreditem; tudo e todos estão sujeitos a suas sensibilidades em suas existências.

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