Encontro Nacional do Movimento Mulheres em Luta reúne mais de 2 mil
O 1º Encontro Nacional do Movimento Mulheres em Luta foi considerado o maior evento de feministas classistas dos últimos 20 anos, de acordo com a organização do evento. Com a participação de 2.300 mulheres, a atividade, marcada pela diversidade, contou com a presença de trabalhadoras dos Correios, bancárias, metalúrgicas, operárias das construção civil, estudantes, profissionais da Educação, servidoras públicas, desempregadas, autônomas, feministas, mulheres do campo e do movimento popular, vindas de todos os cantos do País, do Amapá ao Rio Grande do Sul. As mulheres negras foram maioria, e houve grande representação de mulheres lésbicas e trans.
Neste sábado (5), segundo dia do evento, em plenários simultâneos, ambos com sua capacidade lotada, foram debatidas a conjuntura nacional e internacional. Os informes e analises feitas em ambos os painéis versaram sobre os desafios das mulheres e as próximas campanhas e lutas, no contexto nacional e mundial. Os informes foram ricos e, como em todo o encontro, regados de muita emoção. Logo em seguida, houve a mesa de apresentação das contribuições ao encontro sobre a organização e estruturação do movimento.
Após o almoço, as mulheres se reuniram em 19 grupos de trabalho sobre: aborto e sexualidade; a mulher no sindicato; saúde da mulher; mulher negra; violência; mulher lésbica; mulher jovem; creches e o direito à maternidade; as mulheres e a luta internacional, trabalho doméstico; prostituição; mulher operária; mulheres e Educação; mulher e movimento popular; mulheres aposentadas; mulher trans; mulheres e transporte público. Após os debates, cada grupo votou as resoluções para já serem apresentadas na plenária final. O clima de todos os grupos foi permeado de intensas discussões, troca de experiências, com declarações de mulheres e suas vivências. O grupo internacional foi o ponto alto da atividade no sábado. Mulheres de oito países (Argentina, Paraguai, Espanha, Síria, Peru, Inglaterra, Índia, Bolívia e palestinas) contaram suas experiências de luta e emocionaram as participantes.
No domingo, Beth, companheira do pedreiro Amarildo, contagiou a todas com sua força ao contar sua luta contra a repressão do Estado e truculência da polícia nas favelas. Na Plenária final, foi aprovada como eixo central do Plano de Lutas a realização de uma ampla e forte campanha contra a violência, nacional e pela base, que discuta não apenas a violência doméstica, mas a violência do Estado, o assédio moral e sexual nos locais de trabalho, os estupros e agressões machistas. O MML começa, assim, a escrever sua história na luta das mulheres trabalhadoras de nosso País. Mulheres classistas que não se renderam aos governos e ao machismo, e sabem que LUGAR DE MULHER É NA LUTA!
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