15º Festival Internacional de Poesia reúne poetas de várias partes do mundo em Cartagena

Por Terezinha Vicente

Poetas da América, mas também da Espanha, Japäo e Chipre, estão em Cartagena, Colômbia, para o 15° Festival Internacional de Poesia: "Buscamos el agua del corazon de la tierra".

A inauguração do Festival foi na quinta-feira, dia 1º de dezembro, no Teatro Adolfo Mejia, o municipal daqui, muito lindo, colonial como os nossos. Os poetas brasileiros também se destacaram, em meio a uma diversidade de temas e poéticas, característica de "nuestra" América, cuja maioria representava.

Apesar do Festival receber hoje alguma ajuda do poder público - Ministério da Cultura, Secretaria de Educação e Prefeitura de Cartagena -, a idéia, e a manutenção do evento já por quinze anos, é de um cidadão que ama a poesia, Martin Salas. A programação estende-se a vários bairros populares, com leituras de poesia em Bibliotecas e Instituições Educativas, além de uma apresentação no presídio feminino e outras interagindo com outras artes populares. Também haverá uma mesa redonda sobre Poesia "siembra" que, segundo apurei, seria algo como poesia cultivada, coisa de amantes da poesia.

Deth Haak

Teve de tudo, de poema rimadinho, até poesia cantada popular, por Ricardo Olea, que divertiu muito os presentes. A apresentação de poesia em japonês - Kae Morii - e na língua do Chipre - Mehmet Yashin -, seguidas de tradução, mostrou a musicalidade de sotaques bem estranhos a nós. Os colombianos em maioria revelaram as diferencas de todo tipo existentes neste grande país.

Deth Haak é uma das autoras do Coletivo Nós da Poesia, do Instituto Imersão Latina.


Pedro Rocha

O Brasil foi representado por Deth Haak, de Natal, RN, e por Pedro Rocha, jovem poeta do Rio de Janeiro. Ambos andaram pelo palco declamando suas poesias, com uma potente energia, saindo da tribuna onde todos (quase) falavam. Pedro quase caiu, inclusive, ao tentar desenrolar o microfone, e mudou todo o clima de apresentacao de seus poemas. Deth mostrou duas poesias bastante autobiográficas - Quem sou eu e Miscigenação - que vai dos deuses gregos, de Oxossi e Camões. Pedro colocou a platéia para repetir o refrão, Salve Jorge, também referenciando a cultura afro-brasileira.

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