A viola é moda no carnaval de Belo Horizonte


Na terça-feira de carnaval, dia 16 de fevereiro, a partir das 16 horas, acontecerá o CARNAVIOLA, na Praça da Liberdade. Um show dançante com quatro horas de duração, animado pelos violeiros Chico Lobo e Pereira da Viola, com uma grande banda. Uma proposta interessante, um carnaval mineiro movido a viola caipira.

CARNAVIOLA
Por Tadeu Martins*

Uma das maiores festas populares do Brasil, o CARNAVAL é momento de diversão e lazer, que faz a alegria do nosso povo em quatro dias de muita farra, folia e descontração. O Rio de Janeiro com as suas escolas de samba; a Bahia com o axé e os seus trios elétricos; Pernambuco com o seu frevo; o Amazonas com a sua folia de boi, e São Paulo ajudando a fortalecer o modelo do Rio de Janeiro. Cada povo com a sua folia. Cada cidade desenhando a sua festa com a tinta dos seus valores culturais, diversidade que faz o Brasil ser respeitado por possuir o maior carnaval do mundo.

A cidade de Belo Horizonte, que já teve uma grande folia momesca, a partir de 1993 saiu em busca da sua identidade cultural carnavalesca e acabou criando um novo modelo de Carnaval, o CARNAVIOLA, que promete se transformar em uma das boas referências da folia brasileira.

O CARNAVIOLA é um carnaval movido a viola caipira, que mistura calangos, lundus, folias, congados, maracatus, cirandas, batuques de viola, catiras, calangos, cocos, cateretês e arrasta-pés, em um ritmo bem dançante, capaz de contagiar foliões de qualquer idade. Segundo o grande violeiro Chico Lobo, parceiro da idéia, "não se trata de tocar música de carnaval na viola, mas sim de se fazer um carnaval com música de viola."

O SESC-MG deu uma grande contribuição para fortalecer esta idéia. Atento ao crescimento do movimento da viola, criou em 2003 um projeto intitulado “Causos e Violas das Gerais”, que já percorreu mais de 130 cidades mineiras, levando os causos e a viola para um público superior a 300.000 pessoas. Este projeto uniu os violeiros e abriu espaço para que fosse criado o CARNAVIOLA.
Assim, no dia 19 de fevereiro de 2006 o cenário paradisíaco da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, foi invadido por foliões, de 08 a 80 anos,que dançaram animadamente, levados ao delírio pelo som das violas caipiras.

O primeiro CARNAVIOLA foi comandado por dois dos mais ativos violeiros do cenário nacional, os mineiros Chico Lobo e Fernando Sodré. Juntos com uma grande banda, formada por renomados músicos de Minas Gerais, eles mostraram o lado festivo, o lado alegre da viola caipira, presente nas festas de mutirão, de colheita e em tantos folguedos espalhados pelo Brasil, valorizando a cultura da viola que é tão importante na formação musical de Minas e do Brasil.

A união desses dois violeiros com o Poeta Tadeu Martins iniciou-se no “Causos e Violas das Gerais”, e graças ao sucesso do projeto, eles se apresentaram em um grande show no CANECÃO, no Rio de Janeiro, que foi repetido no Grande Teatro do Palácio das Artes. Estes dois passos foram fundamentais para edificar a idéia do CARNAVIOLA, de colocar o povo brasileiro para dançar ao som da viola caipira.

O sucesso do CARNAVIOLA foi consolidado no carnaval de 2009, no dia 24 de fevereiro, marcando o encerramento do Carnaval de Belo Horizonte. Mais de 5.000 foliões invadiram novamente a Praça da Liberdade, para uma grande folia animada pelas violas de Chico Lobo e Pereira da Viola. O evento contou com grande cobertura da imprensa e recebeu manifestações de apoio vindas de Minas, Brasília Rio de Janeiro e São Paulo.

O CARNAVIOLA é animado por dois grandes violeiros, que são acompanhados por percussões, bateria, baixo, teclado, sanfona, violão e sopros, e leva ao público uma agradável folia, que motiva a dançar e soltar o coração caipira que todos nós guardamos no peito.

A partir de agora o CARNAVIOLA, esta folia criada em Belo Horizonte, animará o povo de Minas Gerais e do Brasil. Um carnaval em ritmo de viola caipira, que a exemplo do axé da Bahia, vai embalar milhares de foliões durante todos os meses do ano, em carnavais temporões espalhados pelas cidades do Brasil.

Em busca da sua identidade cultural momesca, Belo Horizonte criou um carnaval temporão, o CARNAVIOLA, que está pronto para animar foliões nos quatro cantos do mundo.

*Tadeu Martins é o idealizador do Carnaviola. Ele é folclorista, poeta cordelista e produtor cultural.

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